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O último dia, 30 de junho

O último dia, 30 de junho



02 Jul 2012-19:12:07

“Eu não disse que não precisávamos nos preocupar, que a vitória era nossa?!” Chico Xavier

Quanta emoção, falar sobre Chico Xavier.

Maria Elisa junto ao médium em seu lar, na mesa em que Chico tomava suas refeiçoes. O tempo passou, e ela, testemunhando fidelidade ao Cristianismo vivido por Chico Xavier

Parece fácil, sobretudo quando nos vem à mente aquelas tardes de domingo em que passávamos a seu lado. Eram tardes cheias de lição de vida e aprendizado, que enriqueciam nossa alma e nosso coração com tanta vibração de amor, sabedoria e

grandeza daquele Ser que distribuía conosco toda uma vivência de dedicação, desprendimento e renuncia em favor do próximo.

Quanta saudade!

Quantas lembranças daquele domingo festivo para todo o brasileiro, 30 de junho de 2002.

Fogos iluminavam a Terra. Músicas, danças, carros com suas buzinas ensurdecedoras iam e vinham pelas ruas e avenidas de toda a cidade. Gritos de alegria enchiam o ar!

Cheguei mais uma vez a sua casa ansiosa para dividir com ele mais um dia de encantamento.

Encontrei-o repousando, mas acordado e feliz.

Comentei com ele tudo que vi e presenciei durante o percurso de minha casa até a sua.

Ele com seu sorriso fraterno, saudou-me, dizendo: “Eu não disse que não precisávamos nos preocupar, que a vitória era nossa?!”

Comentei com ele como o país festeja a vitória.

Maria Elisa mais jovem no local de trabalho de Chico Xavier.

Perguntei-lhe se gostaria de ver pela televisão como estavam as comemorações. Com seu consentimento e ajuda de uma companheira, levei-o para sala e liguei a TV. Ali ficamos assistindo e rindo dos exageros próprios do nosso povo tão alegre, descontraído e exagerado em comemorações tão esperadas como aquela.

Preocupava-me seu olhar, às vezes, “longe”, mas tranquilo.

A tarde continuava ensolarada, alegre e barulhenta.

Euripedes entra na sala dizendo que iria dar uma volta e que logo-logo retornaria. Abraça Chico, que segura suas duas mãos junto ao coração, suspira fundo, mas nada diz. Seu olhar é doce, retendo ainda as mãos de Eurípedes com muito amor e carinho transbordando do seu olhar, como (talvez) um agradecimento ou despedida. Não entendemos nada. A emoção tomou conta de nossos corações.

Eurípedes, ansioso e emocionado, com muito afeto, diz:

- Está tudo bem Chico, eu volto logo.

Confesso que gostaria de ter facilidade para descrever tão lindo e emocionante momento de carinho e amor exalados naquele instante.

Dez anos se passaram. Até hoje revivo aquela cena de tamanha beleza, tentando encontrar resposta para nossos questionamentos. Despedida? Agradecimento? Chico era profundamente agradecido a tudo e a todos. E as lembranças sempre estão vivas em nosso corações.